Fonte: Negócios Pet - 20/05/2025
Com o avanço da tecnologia, as startups têm trazido inovações significativas para o universo dos pets e seus tutores. Assim como em outros setores, a digitalização também chegou com força à indústria pet, impulsionando sua expansão e abrindo espaço para novos negócios que unem inovação e cuidado com os animais de estimação.
É fácil notar nas ruas, parques e até nas janelas das casas a forte presença de animais de estimação no cotidiano brasileiro. Segundo o Censo do Instituto Pet Brasil (IPB) de 2021, o país conta com 149,6 milhões de pets, sendo o terceiro maior em número de animais domésticos. Com uma população de aproximadamente 215 milhões de pessoas, estima-se que 70% dos brasileiros tenham um pet ou convivam com alguém que tenha.
O setor pet no Brasil vive um momento de grande expansão. Em 2024, o país consolidou sua posição como o terceiro maior mercado pet do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da China. De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), o segmento movimentou mais de R$ 60 bilhões no último ano — e as projeções para 2025 seguem em ritmo de crescimento. Para fornecedores de produtos, o cenário é promissor, mas também exige atenção às novas demandas dos consumidores.
O perfil dos tutores brasileiros mudou. Se antes os animais eram apenas companheiros, hoje eles são membros da família. Esse novo olhar sobre os pets impulsiona o consumo de produtos cada vez mais variados e sofisticados — de rações super premium a brinquedos interativos, roupas, acessórios, itens de higiene e soluções tecnológicas.
Além dos cães e gatos, cresce o interesse por pets não convencionais, como coelhos, aves, porquinhos da-índia e até répteis, o que amplia o leque de oportunidades para os fornecedores que diversificam suas linhas de produtos.
Produtos naturais e sustentáveis
Os consumidores estão mais conscientes. A busca por alimentos naturais, produtos biodegradáveis e embalagens sustentáveis cresce a cada ano. Fornecedores que investem em inovação e responsabilidade ambiental tendem a conquistar a fidelidade de lojistas e clientes finais.
Tecnologia e inovação
Com a digitalização dos lares, o segmento pet acompanha essa tendência. Há uma demanda crescente por bebedouros automáticos, rastreadores GPS, coleiras inteligentes e brinquedos com sensores. A união entre bem-estar animal e praticidade para o tutor é um diferencial competitivo.
Produtos com identidade visual atraente, que permitem personalização ou refletem o estilo de vida do tutor (por exemplo, linhas “fitness”, “luxo” ou “hipster”) têm grande apelo no mercado. A estética importa — tanto para os tutores quanto para os pontos de venda.
A preocupação com a saúde dos pets se traduz em forte demanda por suplementos, produtos dermatológicos, snacks funcionais, escovas de dente, entre outros itens voltados à prevenção de doenças. Os fornecedores que investem em pesquisa e parcerias com veterinários se destacam.
Apesar do crescimento, o setor ainda enfrenta gargalos logísticos, especialmente na distribuição para regiões mais remotas do país. Para fornecedores, investir em parcerias com marketplaces, centros de distribuição regionais e soluções de entrega rápida pode ser a chave para ampliar o alcance e garantir competitividade.
Além disso, o relacionamento com lojistas e pet shops precisa ser valorizado. Oferecer treinamentos, materiais promocionais e condições comerciais atrativas ajuda a fortalecer a marca e impulsionar as vendas.
O universo pet no Brasil representa um terreno fértil para fornecedores atentos às tendências, comprometidos com a inovação e dispostos a enten- der as novas necessidades dos tutores. Em um mercado em rápida evolução, quem entrega valor agregado e aposta em relacionamento sólido tem muito a ganhar.
Apesar de 2022 ter sido um ano desafiador, marcado por incertezas políticas e econômicas globais, as startups conseguiram se adaptar. Já entre 2022 e 2025, o cenário mudou: o ecossistema de inovação voltou a atrair investimentos, e as pet techs passaram a se destacar, demonstrando resiliência e capacidade de evolução.
Acompanhando a digitalização do consumo, essas startups criaram soluções inovadoras que vão desde delivery de produtos e cuidadores especializados até planos de saúde para pets. O objetivo é atender toda a cadeia do mercado pet com produtos e serviços integrados, voltados exclusivamente ao bem-estar dos animais.
Para Alaíde Barbosa, CEO da Capri Venture Builder — a primeira corporate venture builder brasileira dedicada ao mercado pet tech —, “as mudanças continuarão acontecendo de forma gradual, mas o setor já demonstra bases mais sólidas para crescimento”. A Capri busca acelerar startups por meio de parcerias estratégicas, fomentando soluções tecnológicas de impacto para o mercado.
O portfólio da empresa já inclui negócios como a Cãez, uma startup liderada por mulheres que oferece perfumes e cosméticos pet com alta tecnologia e produção 100% sustentável.
Alaíde reforça que conhecimento e estratégia são essenciais para quem deseja empreender no setor. É preciso entender o público, ser resiliente e saber comunicar com clareza os diferenciais da solução. “As startups precisam mostrar evolução, impacto e o valor real que entregam na vida das pessoas e de seus animais”, afirma.
Além da inovação, a capacidade de adaptação também tem sido um diferencial. Em meio à redução de investimentos, as startups passaram a queimar menos caixa e a otimizar operações, garantindo a sobrevivência e o crescimento mesmo em tempos difíceis.
Atenta a essa transformação cultural, nasceu a Budz, pet tech brasileira que aposta na inteligência artificial para empoderar tutores e transformar a experiência com seus animais. “Nosso diferencial é unir tecnologia e cuidado.
A inteligência artificial que utilizamos permite recomendações personalizadas e suporte em tempo real, tornando o app prático, ágil e centrado na relação entre tutor e pet”, afirma Rodrigo Gomes, cofundador e CEO da Budz.
Um exemplo de trajetória diferenciada é a Petlove, que começou como um negócio 100% digital e, depois de se consolidar no e-commerce, expandiu para o físico. “Sabemos do enorme potencial do mercado pet. Segundo o IPB, o setor cresceu 16,4% em 2022, com faturamento superior a R$ 60 bilhões. Por isso, criamos um verdadeiro one stop shop, oferecendo um ecossistema completo de produtos, serviços e planos de saúde”, conta Marcio Waldman, fundador da empresa.
Ao contrário da trajetória convencional de muitas empresas, a Petlove fez o caminho inverso, é nativa digital e, só depois de alguns anos no e-commerce, começou a ampliar seu caminho e investir no mundo físico. “Sabemos que o mercado Pet possui um grande potencial: segundo dados do Instituto Pet Brasil (IPB), o faturamento no segmento cresceu 16,4% no ano passado, chegando a mais de R$ 60 bilhões. Por isso, além de nos consolidarmos com os serviços tradicionais, aumentamos nosso escopo de trabalho, criando um verdadeiro one stop shop, capaz de acolher as necessidades dos pets e tutores, e nos transformamos em um ecossistema de produtos, serviços e plano de saúde”, explica Marcio Waldman, Fundador da Petlove.
Outro destaque é a VetBR, que fortaleceu sua plataforma de vendas online, a VetBR ON. A iniciativa não só ampliou o alcance da empresa em um país de dimensões continentais, como também agregou escala à operação. “A plataforma nos aproxima dos milhares de pontos de venda espalhados pelo Brasil”, afirma Antonio Fontes, CEO da companhia.
Hoje, as pet techs estão mais maduras, preparadas para demonstrar resultados e captar investimentos. Estabelecer uma presença digital forte, apostar em diferenciais reais e manter
uma equipe engajada são fatores cruciais para o sucesso. Além disso, conhecer profundamente o mercado e investir em marketing se tornam estratégias indispensáveis para crescer de forma sustentável.
O post O crescimento do mercado pet tech no Brasil apareceu primeiro em Revista Negócios Pet.
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